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11 abril 2006

7 Pecados Mortais

Por incrível que pareça, o que menos me assusta na religião católica são os temíveis sete pecados mortais. São sete mas não são mortais. Pelo menos eu não os vejo dessa forma. Quer dizer, depois de ver o SE7EN podemos pensar de outra forma, mas de uma maneira geral, não são.

Preguiça. Gula. Luxúria. Ira. Cobiça. Inveja. Orgulho. Quem se puder gabar de não ter cometido nenhum já deve ter morrido… de tédio!!! Se são realmente pecados mortais e levam a nossa alma directamente para os domínios de Belzebu, bem, pessoal, a malta vê-se toda lá.

Além disso, porque raio é que são pecados assim tão maus? A preguiça e a gula, por exemplo. A prejudicar alguém, esse alguém seríamos nós. Mas por outro lado estaríamos a beneficiar a indústria dos colchões e da restauração. Ou seja, estamos a fazer uma boa acção, certo?

Luxúria. Além de ser uma palavra bela, a luxúria é outro pecado que pode beneficiar o próximo. Aliás, quem comete este pecado está bem próximo do seu “irmão”. Este pecado tem uma vantagem sobre todos os outros. Se realmente for pecado mortal – e não uma virtude como eu o estou a tentar transformar – e se formos parar ao Inferno, pelo menos não vamos sozinhos. It takes two to… lust!

Ira. Bem, a ira é um pau de dois bicos. (Se esta frase tivesse sido dita sobre o pecado anterior teria tido muito mais bem metida! Eheheh) Nem toda a ira é prejudicial. Depende do mal ou do bem que a pessoa irada consiga causar. Se eu for para a frente do Parlamento, cheia de ira, para abolir os impostos, o nosso primeiro-ministro e toda a classe política pensariam: “Mas que raio está aquela coisa a dizer?”. Ou seja, o meu pecado não teve consequências negativas, logo não devia ser pecado. Mas e então se formos um país inteiro irado a pedir a abolição dos impostos e o governo proclame que os impostos vão deixar de existir? Neste caso, a ira não só não foi uma coisa má, como foi uma coisa realmente boa. Mesmo boa. Muito, muito boa. Tão boa como… Ok, já parei!

Cobiça. Inveja. A cobiça e a inveja são os pecados mais humanos dos sete e, talvez por isso mesmo, são os únicos pecados que eu até posso ver como errados. Mas, tal como o pecado anterior, depende muito do ponto de vista. A cobiça e a inveja tanto podem fazer um criminoso como um herói. Depende do lado da lei em que se está!

Orgulho. É um pecado de que muita gente me acusa e, apesar disso, eu me prezo de ter. O que seria de nós sem o orgulho? Obviamente não estou a falar de um orgulho desmedido. Mas se não tivermos orgulho em nós, ficamos mais fracos. E fracos não vamos a lado nenhum. Mesmo que tivéssemos a capacidade para subir, alguém mais forte do que nós não nos vai deixar. Eu tenho orgulho em ter orgulho!

Eu não resisto a 4 dos 7. Um deles é orgulho, já o referi. Se me conhecem, sabem quais são os outros 3. ;)

6 comentários:

Anónimo disse...

Aproveita a Páscoa e vai-te confessar. Assim ficas "limpa" de todos os pecados e asseguras o teu lugar no céu.

Dificil será arranjares um Padre que estejas disposto a ouvir todos os teus pecados... e como a Páscoa é já no Domingo não sei se terás tempo de confessar tudo!

FM

Anónimo disse...

Para mim, o que nos julga é a nossa própria consciência… Quanto mais "ginástica" tiver, mais exigente vai ser…

Anónimo disse...

7 Pecados Mortais - Um "post" alternativo.

Porquê 7 pecados mortais? O número 7 é considerado um número mágico (7 maravilhas, 7 mares, 7 números de telefone...). Trata-se de uma tradição antiga. Assim, muitos anos atrás, alguém (ou uma colectividade) achou que seria bonito agrupar os pecados em 7, pois ajuda a decorar. Poderiam ser estes ou outros, foi o que calhou.

O filme se7en é um filme magistral, considerado por muitos como um dos melhores da década de 90. Não vou explicar o porquê, mas refiro somente que é filme para ser lido a muitos níveis e o argumento é deveras complexo. Mexe um pouco com a alienação que actualmente existe na sociedade moderna, e o ponto de vista do "criminoso" é fascinante como uma filosofia, embora o condene.

Também está fora do âmbito deste comentário explicar o porquê da noção de pecado. Não sou especialista (existem visões muito interessantes na antropologia, biologica, teologia, sociologia, etc...).

Pessoalmente, vejo os 7 pecados como um folclore. Assim como os 12 signos do zodiaco, etc. Quem segue uma religião literal deve lhes dar muito valor, quem não segue, não lhes liga puto.

Somente mais um pequeno pormenor. Muita da literatura bebe muito destes pecados. Não existe um "romance" sem luxúria, inveja, etc... Porque será? Porque achamos tão maçador algo como um casamento para sempre? É monótono?

Anónimo disse...

Bom...

Eu vejo nos 7 pecados mortais 3 vertentes:
1.º A que não é levada ao exagero;
2.º A que prejudica os outros;
3.º A que é levada ao exagero (mesmo não prejudicando directamente os outros).

A 1.º vertente tudo "joia", "no problem"...

Quanto ao 2.º, lá vem o ditado: "a tua liberdade acaba onde começa a dos outros". Eu transporto esta máxima para outros campos...

a 3.º Considero que tudo o que é exagero é mau. Pode não ser directamente para o meu próximo, mas é pelo menos para o próprio. Exemplos? Imagina-nos todos preguiçosos... Imagina-nos todos orgulhosos... Evidentemente que a estes 7 pecados poderiamos juntar mais, mas eu vejo isto mais como uma base... O resto, cada um constroi!

GM

Barba Ruiva disse...

Como não sou religioso, o conceito de pecado escapa-me um pouco. Creio que tudo, na justa medida, é benéfico. Da mesma forma, tudo em exagero pode ser um pecado...
Mas tu, com 4 em 7, estás tramada...

McBrain disse...

Concordo plenamente quando um visitante referiu que o número 7 é nitidamente um número escolhido "a dedo", e com significado místico.

Depois também há outro aspecto: o do "grau de cometimento"... há pecadilhos (mesmo mortais, pelos vistos) e "pecadões"!
E as tuas "desculpas" para os pecados baseiam-se basicamente no grau destes pecados.

Quanto aos teus pecados, não quero pronunciar-me e expôr-te aqui, como é óbvio! :D