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10 outubro 2011

Nunca Ninguém Amou Completamente

"Vou deitar-te na eternidade, que é esse o teu lugar, é esse, é esse. E agora só tenho que te amar tudo de ti, não deixar nada de fora. Porque, sabê-lo-ás? Nunca ninguém amou completamente, houve sempre uma forma de amar fragmentária, parcial. Amou-se sempre em função de uma fracção do amor como se usou um vestuário segundo a moda, desde o calção ou o penante de plumas. Vou-te amar como Deus. Não, não. Deus não sente prazer nem movimento progressivo até ao prazer, coitado, é tão infeliz. Vou-te amar como um homem desde que os há, desde o tempo das cavernas até hoje e com um pequeno suplemento que é só meu."

Vergílio Ferreira, in "Em Nome da Terra"


Lindo!

2 comentários:

Helder Pinto disse...

Hmm.. É lindo, mas... Há algo que não soa muito bem, embora não saiba bem o quê. Talvez seja o "pequeno suplemento" :-) É isso: se o gajo quer amar completamente, não vai lá com um pequeno suplemento!

AS disse...

É lindo, mas claro que não é perfeito. Quanto ao pequeno suplemento, já o outro dizia "faltou-te um bocadinho assim" :)