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08 setembro 2007

Eros e Psique (I)

Psique era a mais nova de três filhas de um rei de Mileto e era extremamente bela. A sua beleza era tanta que pessoas de várias regiões iam admirá-la, assombrados, rendendo-lhe homenagens que só eram devidas à própria Afrodite.

Profundamente ofendida e enciumada, a deusa enviou o seu filho, Eros, para fazê-la apaixonar-se pelo homem mais feio e vil de toda a terra. Mas a beleza de Psique era tão grande, que ao vê-la, Eros distrai-se e fere-se com uma de suas próprias flechas.

Apaixonado, nada disse à sua mãe; apenas limita-se a convencê-la de que finalmente estava livre da rival. Ao mesmo tempo que oculta os seus sentimentos, torna Psique inatingível aos mortais terrenos. Assim, embora todos os homens a admirem, nenhum por ela se apaixona, e apesar de infinitamente menos belas, suas irmãs logo se casam com reis. Psique, amada por Eros sem que o saiba, pensa que ninguém a ama. E, assim, porque é uma beleza humana cobiçada por um deus, permanece só.

O pai de Psique, suspeitando que, inadvertidamente, havia ofendido os deuses, resolveu consultar o oráculo de Apolo. Mas Eros já havia convencido Apolo a tornar-se num seu aliado na sua conquista amorosa. Assim para ajudar Eros, Apolo ordenou ao rei que enviasse a sua filha ao topo de uma solitária montanha, onde seria desposada por uma terrível serpente. A jovem aterrorizada foi levada ao pé do monte e abandonada pelos seus pesarosos parentes e amigos. Conformada com seu destino, Psique foi tomada por um profundo sono, sendo, então, conduzida pela brisa gentil de Zéfiro a um lindo vale.

Perto correm as águas claras de um regato e mais adiante ergue-se um magnífico castelo. Ao despertar, Psique ouve uma voz que a convida a entrar no castelo, banhar-se e depois jantar. No interior do castelo, não encontra ninguém, mas sente-se como se estivesse a ser observada. E no jantar doce música envolve-a, mas continua só. No íntimo, porém, pressente que, à noite, chegará o esposo que lhe fora prometido, a terrível serpente alada. E, realmente, ao anoitecer, chega até ela Eros, protegido pela escuridão. Psique começa a tremer quando sente que alguém entrara no quarto. No entanto, uma voz maravilhosa acalma-a. Logo em seguida, sentiu mãos humanas acariciarem o seu corpo e entrega-se a esse amante misterioso. Quando acordou, já havia chegado o dia e o seu amante havia desaparecido. Todas as noites a cena repetia-se e Psique entregou-se ao amante velado e, mesmo sem ver a sua face , dedicava-lhe intenso amor.

Numa das suas visitas nocturnas, Eros faz-lhe uma advertência: que se precavesse contra uma desgraça que lhe poderia advir por intermédio das irmãs, que a pranteavam no sítio onde fora deixada e do mesmo modo acrescentou, para evitar a desgraça, que ela não deveria jamais tentar ver o rosto do amado. No entanto, a princesa, embora prometesse ambas as coisas, deixou-se arrastar pela tristeza e pela saudade. E tanto chorou e pediu, que Eros consentiu na visita das jovens, mas impôs a condição que, não importando o que suas irmãs dissessem, ela nunca tentaria conhecer sua verdadeira identidade.

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