Na minha "ronda diária" li os desabafos de uma amiga (e de outros blogs por ela sugeridos) em que diz que se sente péssima porque não sabe o que fazer quando o filho faz birra. Apesar de não ter piada não pude evitar rir. Eis o porquê:
Quando o A. nasceu fiquei delirantemente feliz. Não obstante, quando fiquei sozinha com ele, mal o G. chegava a casa logo lhe dizia "Pega nele que eu não aguento mais". E ficava com um terrível sentimento de culpa. Todas as mães que conhecia me tinham dito como a maternidade era maravilhosa, como era uma experiência fantástica e uma viagem inesquecível e ali estava eu, com um anjinho de semanas e já não aguentava mais. Que raio de mãe era eu afinal?
"Salvaram-me" desta angustia as visitas das e às "mamãs GG" (entre as quais a minha amiga que originou este post) , em que se criou uma amizade e mais do que isso, deram-me a oportunidade de ver que não era só eu que estava a trepar paredes por passar os dias em casa à volta do A. Fez-me ver que as mães que eu conhecia se tinham esquecido de falar das partes negativas, se calhar com excelentes intenções e para não me assustar. Mas para não me assustarem, fizeram-me sentir uma nódoa como mãe.
Creio que a maternidade é mesmo assim, desde que nascem, até mesmo antes. Dão-nos alegrias e angustias, carinhos e dúvidas, grandes sorrisos e fazem-nos perder a paciência. Creio que como filha ainda faço isso à minha mãe. É natural - e espero sinceramente que sim - que o meu filho me faça o mesmo durante muitos anos. É a lei da vida. O que é importante é percebermos isso mesmo: é natural e todas as mães passam pelo mesmo, só que umas conseguem esconder melhor do que outras.
Há tantas coisas em que eu pergunto se estou a ser uma boa mãe, se não há coisas que eu poderia ter feito/dito de forma diferente. Mas sei que faço o melhor que posso e rezo para que isso seja o suficiente para que ele se torne naquilo que sonho para ele. Acredito que o importante é que eles cresçam a gostar de nos chamar "Mãe", mesmo depois de uma discussão e nos façam sorrir só com um sorriso deles, é transmitir-lhes os limites do sim e do não e o respeito que nos merecem os outros e a Natureza, a importância do amor e da amizade. Tudo o resto faz parte do crescer como ser humano e como mãe.
E assim a bola de neve das mensagens dá mais uma volta....