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18 fevereiro 2012

O pó de cada dia

Hoje fui encontrar-me com os meus pais perto do Dolce Vita. Mal estacionei o carro veio um homem a correr, com um aspeto miserável, a pedir a moedinha. Não tinha levado carteira, uma vez que só tinha ido lá para entregar duas "encomendas", mas senti-me (mais uma vez) incomodada com aquela imagem e só peço que nunca conheça este flagelo. Recordei-me de um poema escrito a 20 Maio 1993:

Madrugada alta
Um cão ladra
O frio gela as veias
O vento corta os ossos
Deitado
De camisa aberta
Manga arregaçada...
Morto há horas
Era jovem.
Fizera uns auto-rádios
E ganhara o pó de cada dia!

Na mesma hora, o presidente
Muito bem falante
Bastante importante
Discutia a droga, a CEE, o futebol
Com acesso a lugares dignificados
Endeusado por jornalistas babados
Incapazes de gritar:
 - Está tudo ao contrário!

4 comentários:

Helder Pinto disse...

Foste tu que escreveste o poema, Ana? O presidente é um tal de V.L.? :-)

AS disse...

Sim, é meu!
Do que me lembro (já foi há muito tempo, ainda havia a CEE), o presidente pode ser uma qualquer pessoa que esteja nas altas esferas políticas, desportivas ou simplesmente alguém que fala e os jornais e as revistas publicam (mesmo que sejam ditas as maiores barbaridades!)

Anónimo disse...

Tu escrevias umas coisas bem interessantes. Parabéns! Continuas a alimentar essa tua veia poética?
[T.S.Q.S.]

AS disse...

T.S.Q.S., ainda escrevo umas coisas mas por vários motivos não podem aqui ser publicadas. :)