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25 novembro 2013

A Madrinha do Noivo - Conclusão

O fim do que aqui se começou... pelo meio o enredo de uma tentativa literária...

Na sala de estar, e ao contrário do que Helena dissera, não estava ninguém. Contrariada, Cristina retrocedeu. Ia sair quando viu, recortada entre as ombreiras da porta que dava para o terraço, uma figura masculina. A figura alta e varonil de Joe Bright!...
O coração de Cristina pareceu-lhe parar no peito.
- Olá, Cristina - disse ele, avançando para o meio da sala, muito devagar.
- Olá...onde estão os outros?
- Não sei. Quando entrei, não estava aqui ninguém.
- Coisa estranha...
Joe observou-a em silêncio, durante uns segundos. Depois perguntou:
- Importas-te muito que eles não estejam?
- Porque fazes essa pergunta, Joe?
- É que, se quiseres, eu saio e só voltarei quando eles vierem...
- Oh, não! - respondeu Cristina, impulsivamente e com voz vibrante.
Joe acercou-se e estendeu-lhe a mão.
- Nesse caso, fazemos as pazes?
- Nunca estive zangada contigo...
- Mas trataste-me muito mal. Havias de poder ver o meu coração para acreditares em como tudo o que fazes o pode afectar.
- Isso... isso seria dantes... - murmurou ela.
- Dantes e agora. Significas muito para mim, Cristina.
- A seguir à Sónia...
- Deixa a Sónia em paz! Não é para aqui chamada!
- Mas não vais casar com ela?
- Nunca me passou isso pela cabeça! Se fosses melhor observadora terias visto que olhava para o outro lado quando estávamos juntos.
- Para onde olhavas?
- Para ti!
- Para... para mim?
- Sim, para ti. Mas tu estavas tão irritada comigo que nem disso te apercebeste. Por vezes penso que me tens ódio.
- Nunca te tive ódio, Joe.
- Então finges muito bem...
- A quem odeio é à Sónia, por ser uma descarada!
- Oh, pobre rapariga! Que mal te fez?
- Não te largava um só minuto! E tu parecias estar no céu ao lado dela.
- Fingia, Cristina! Acredita que só pensava em ti.
- Oh, não me venhas com mentiras!
- É verdade, Cristina, e tu sabes.
- Não sei nada! Se é assim, porque razão me deixaste vir sozinha e ficaste com ela?
- Tinha de ser, Cristina. Queria que ficasses sozinha para poderes ouvir, à vontade, o teu coração.
- Eu... eu para que tinha de fazer isso?
- Porque gostas de mim. E a única maneira de descobrires isso era sentires saudades.
- Joe, estás a levar as tuas deduções longe de mais...
- Penso leva-las muito mais longe, Cristina.
- Até onde?
- Até ao altar.
- Joe...
- Cristina...
- Queres que te diga uma coisa, Joe?
- Diz...
- Por mim, podes levar essas deduções até onde quiseres...


Escrito em Abril 1998.

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