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Daisypath Happy Birthday tickers

02 agosto 2008

Coração de Manteiga


Estou de férias no Algarve. Não por muito mais tempo, amanhã volto para casa. Nestes dias que por aqui passei, "encontrei" um menino de dois anos que me pediu para lhe encher o balde de água. Achei o rapazinho adorável, com uma carinha amorosa. Olhei à volta e não vi ninguém perto dele. Só mais tarde vi os avós, sentados confortavelmente nas suas cadeiras de praia, a chamar por ele. O menino estava perdido no sentido em que olhava para todos os lados, para ver de onde vinha a voz familiar sem, no entanto, os encontrar. Ajudei-o, mais uma vez, e levei-o até os seus avós.
Este menino encontrou um espacinho na minha cabeça e, admito, no meu coração de manteiga. Não era um menino maltratado ou necessitado. Mas dá-me pena a forma como procurava outros meninos para brincar, ou os olhitos tristes quando a avó lhe fala de uma forma seca e, aparentemente, o trata, como se em vez de dois anos o menino tivesse 12. Dá-me pena não lhe colocarem creme no corpo nem um chapéu na cabeça ou simplesmente não o sentarem à sombra quando o sol queimava a pele.
Ontem o G. brincou com ele. Fez-lhe castelos na areia e ele riu-se feliz. E eu fiquei feliz por ele.
Ter o suficiente, numa criança, não é suficiente. Não quando se fala de brincadeira, de ternura ou simplesmente ter paciência para brincar, mesmo quando nos apetece.
Todos os dias procuro por ele na praia. Para ver se está bem. para ver se está a brincar. Para poder levá-lo melhor na minha memória.
Seja quem tu fores, menino de dois anos, desejo-te muitos anos de felicidade, saúde e carinho.

2 comentários:

Anónimo disse...

Confesso que também me impressionou... Eu gosto de crianças e gostei de "fazer bolinhos" para ele!!!
Faço minhas as tuas palavras!!!

Barriguita disse...

há crianças que nos marcam... sei do que falas, do olhar com que nos cativam. conheci algumas assim, e muitas vezes penso em como estarão os meus 6 "filhos"... tenho o meu Pedro... mas outro que também se chama Pedro, e outro Pedro, e um Francisco... Deles não sei muito. Um, continuo a ver, a estar com ele. mas custa saber que não podemos fazer nada por eles... é difícil. E há tantos por aí assim...